A Amazónia continua a ser uma das últimas fronteiras da humanidade. Ameaçada pela ganância humana, este é um destino dos Portugueses em Viagem a que vamos dar mais atenção no nosso Blog. Esperamos contribuir para a tua curiosidade e que essa curiosidade te leve a visitar a Amazónia, um passo decisivo para que te juntes a nós na sua defesa. Começamos pelo nome. Em 1541, o aventureiro espanhol Francisco de Orellana empreendeu uma das expedições mais épicas da era das grandes navegações, ao descer o rio Amazonas em toda a sua extensão. Esta ousada jornada, que durou meses e envolveu inúmeros desafios, culminou na descoberta de um dos maiores rios do mundo. Orellana e a sua tripulação enfrentaram perigos naturais e encontros com povos indígenas, explorando um território vasto e desconhecido para os europeus. Em homenagem a este feito, o rio foi inicialmente batizado de Rio Orellana, celebrando a coragem e a determinação do explorador. Durante a expedição, o cronista de Orellana relatou um encontro singular na foz do rio Nhamundá, onde afirmava ter encontrado uma tribo de índias guerreiras sem maridos, conhecidas pelos indígenas locais como Icamiabas. Fascinado por esta descoberta, o cronista comparou estas mulheres guerreiras às Amazonas da mitologia grega, uma lendária tribo de mulheres que, segundo a tradição, viviam sem homens e eram conhecidas pela sua bravura e habilidades marciais. Este relato rapidamente se disseminou na Europa, uma sociedade então profundamente imersa na admiração pelas culturas clássicas e influenciada pela imaginação mitológica. Numa Europa renascentista, ainda fascinada pelas histórias da antiguidade clássica, e numa Espanha marcada pelo conservadorismo da Igreja Católica, a história das guerreiras Icamiabas capturou a imaginação popular. A narrativa de mulheres fortes e independentes que habitavam terras distantes e exóticas ressoou profundamente, transformando um relato de exploração numa lenda duradoura. Assim, o rio que Orellana desceu passou a ser conhecido não apenas como Rio Orellana, mas também como Rio das Amazonas, em homenagem às míticas guerreiras. Este nome evocativo não só perpetua a memória da expedição de Orellana, mas também simboliza a interseção entre mito e realidade que caracteriza a história da exploração europeia do Novo Mundo. Para mais informações fascinantes sobre este e outros temas de exploração e descobrimentos, segue-nos e mergulha nas histórias de aventureiros e exploradores que moldaram o mundo como o conhecemos hoje. quem era francisco orellanaFrancisco de Orellana não era nobre. Nasceu por volta de 1511 em Trujillo, na região da Extremadura, Espanha. foi um dos muitos jovens espanhóis que se aventuraram no Novo Mundo em busca de fortuna e fama. Ele chegou à América do Sul em meados da década de 1530 e rapidamente se juntou às forças de Francisco Pizarro, participando na conquista do Peru. A expedição mais famosa de Orellana começou em 1541, quando ele se juntou a Gonzalo Pizarro numa viagem em busca do lendário "El Dorado" e da "Terra da Canela". Pizarro e Orellana partiram de Quito, no Equador, com um grande grupo de soldados e indígenas. No entanto, as dificuldades da selva amazónica rapidamente tornaram a expedição extenuante. Atravessando a cordilheira dos Andes e descendo para a bacia amazónica, o grupo enfrentou fome, doenças e constantes ataques de tribos indígenas. Eventualmente, Orellana e um grupo menor separaram-se de Pizarro e construíram um barco para descer o rio Napo, na esperança de encontrar mantimentos. A descida do rio Napo levou-os ao rio Amazonas, onde decidiram continuar a viagem, acreditando que seguir o rio até o mar seria a sua melhor chance de sobrevivência. Orellana finalmente chegou ao Atlântico em agosto de 1542 e regressou à Espanha, onde apresentou os seus relatos à corte. Apesar da magnitude da sua jornada, muitos dos seus contemporâneos receberam as suas histórias com ceticismo. A falta de provas físicas e a natureza extraordinária dos seus relatos fizeram com que muitos considerassem as suas histórias exageradas ou fictícias. Além disso, as tensões políticas e a necessidade de resultados tangíveis nas novas colónias minaram a credibilidade de Orellana. Em 1545, Francisco de Orellana recebeu permissão do rei Carlos V para retornar à Amazónia e colonizar a região. Ele partiu novamente com um grupo de colonos, mas a expedição enfrentou inúmeros desafios. Em 1546, durante uma tentativa de estabelecer uma colónia nas margens do Amazonas, Orellana morreu, possivelmente devido a doenças ou ferimentos resultantes de confrontos com tribos locais. CIVILIZAÇÃO MISTERIOSA NO AMAZONASEntre os muitos relatos surpreendentes da Viagem de Orellana, destacam-se as descrições de uma civilização misteriosa que Orellana e sua tripulação encontraram ao longo das margens do rio. Estes relatos, documentados pelo cronista da expedição, Gonzalo Fernández de Oviedo y Valdés, descrevem cidades avançadas, estruturas monumentais e uma organização social complexa, que desafiaram as expectativas europeias sobre os povos indígenas da Amazónia. Os relatos de Orellana mencionam grandes aldeias fortificadas e campos de cultivo extensivos, sugerindo uma população densa e bem organizada. Como referido acima, a falta de evidências concretas e a natureza extraordinária das suas afirmações geraram ceticismo entre os seus contemporâneos, levando muitos a questionar a veracidade das suas histórias. Mais nenhum explorador comprovou este achado e Orellana caiu em descrédito. Somente séculos mais tarde, na última década, com o avanço das técnicas arqueológicas, algumas das suas descrições começaram a encontrar respaldo, reavivando o interesse nas suas viagens e na rica tapeçaria cultural da Amazónia. |
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