A VOLTA AO MUNDO DE FERNÃO DE MAGALHÃES

Magalhães foi um dos Portugueses mais determinantes para a História da Humanidade. Ele provou que a terra é efetivamente redonda e destaca-se pela determinação, visão e liderança com que conduziu a sua missão, A sua volta ao mundo é uma história fascinante que partilhamos no Blog dos Portugueses em Viagem. 

o itinerário da volta ao mundo da armada de fernão de magalhães

A Expedição de Fernão de Magalhães começou em Sevilha, Espanha, seguindo para as Canárias e depois Cabo Verde. Atravessou então o Atlântico chegando ao Brasil  na atual Bahia. Desceu ao Rio de Janeiro e depois prosseguiu  descendo a costa do Brasil até ao rio da Prata que de tão amplo pensou ser o fim do continente americano. Não era. prossegui para sul descendo a costa da Argentina, acabando por encontrar o agora chamado Estreito de Magalhães que o colocou no oceano pacífico. Subiu toda a costa do atual Chile até onde hoje está Santiago, e prossegue depois para oeste numa longa travessia quase ininterrupta do oceano pacífico. Foram 7.000 milhas. Chegou finalmente às Filipinas onde visitou várias ilhas e é morto em Mactan (Cebu). A expedição prossegue sem ele e com os sobreviventes para as Molucas, o objetivo inicial da Expedição. Apenas uma das naus consegue regressar a Espanha. Ao todo sobreviveram apenas 24 tripulantes dos originais 270 homens. 
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as origens de fernão de magalhães

Magalhães teria cerca de trinta e cinco anos quando empreendeu a sua Grande viagem. Era já um homem muito Experiente. Tinha estado ena conquista de  Malaca com Afonso de Albuquerque, nas Molucas com Francisco Serrão e António de Abreu, combatido em Marrocos, Sofala, Goa e Ormuz , navegando extensamente. Numa dessas batalhas, em Azamor, junto a Mazagão, ficou lesionado no joelho e coxo para o resto da sua vida.
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Era um homem da baixa nobreza, pajem do rei e da rainha desde muito jovem, o que lhe deu acesso a boa educação nas ciências de então. A sua condição pode ter sido um condicionante para que recusa da Coroa Portuguesa em financiar o seu sonho de chegar às Índias navegando para ocidente.

Na corte de Espanha Magalhães cruzou-se com o missionário Bartolomeu de las Casas, que nos oferece a única descrição do Navegador que chegou aos dias de hoje: "baixa estatura" e "discreto", mas "corajoso em seus pensamentos e pronto para grandes feitos".

Quando embarcou para a sua grande aventura, era casado com Beatriz Barbosa, filha do Mercador Diogo Barbosa e pai de um filho de apenas um ano de idade, Rodrigo Magalhães. 
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a terra é redonda ?

Na Grécia Antiga, filósofos como Pitágoras e Parmênides sugeriram a esfericidade da Terra com base em observações da forma arredondada da sombra da Terra na Lua durante um eclipse lunar. No entanto, foi o filósofo grego mais famoso, Aristóteles (384-322 a.C.), que forneceu argumentos mais sistemáticos para a esfericidade da Terra. Ele observou que, ao viajar para o sul, as estrelas apareciam em posições diferentes no céu noturno, um fenômeno explicado pela curvatura da Terra.

Eratóstenes, um matemático e astrônomo grego, é conhecido por calcular a circunferência da Terra com surpreendente precisão por volta de 240 a.C. Ele utilizou as diferenças nos ângulos de incidência da luz solar em diferentes locais para estimar a curvatura da Terra.

​Na cultura ocidental, a compreensão de que a Terra é esférica foi firmemente estabelecida na Antiguidade Clássica, especialmente com as contribuições dos filósofos gregos mencionados anteriormente, como Aristóteles e Eratóstenes. Essas ideias foram preservadas e transmitidas pelos romanos e posteriormente pelos estudiosos medievais.

Durante a Idade Média, muitos eruditos cristãos europeus aceitavam a ideia de uma Terra esférica, e essa visão foi amplamente incorporada na educação e na cultura da época. 

a tripulação de fernão de magalhães

A Tripulação de Fernão de Magalhães não podia ser mais internacional. Espanhóis, portugueses, mas também gregos e Italianos constituíam ​os 270 homens que partiram de Sevilha a 10 de Agosto de 1519.  A Coroa espanhola não se poupou a esforços para armar e preparar a Expedição que prometia trazer a prosperidade a Espanha (Pizarro só chegou ao Peru em 1532). 

Como os marinheiros espanhóis eram mais inexperientes e receosos  da "loucura" da Expedição, Magalhães recorreu a Portugueses e outras nacionalidades: 37 portugueses, 26 italianos, 10 franceses, 4 Holandeses, 3 gregos, 2 alemães, 1 inglês, 1 norueguês . Seguia também  1 escravo malaio, Henrique de Malaca, comprado por Magalhães em Malaca e que o passou a acompanhar sempre. 

Magalhães capitaneava a nau Trinidad. Mas seguiam nesta armada, denominada Armada das Molucas, mais quatro naus (San António, Victoria, Concepcion e Santiago), todas capitaneadas por capitães espanhóis, muitas vezes hostis à liderança d o português  Magalhães. 
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a liderança polémica de fernão de magalhães

Magalhães era sem qualquer dúvida um homem duro, com um caracter forjado no mar e nas batalhas que travou ao serviço da Coroa Portuguesa. Seguia de alguma forma o exemplo do seu primeiro superior máximo, Afonso de Albuquerque. A crença era então que, para a Expedição ser bem sucedida, os marinheiros deviam temer mais ao seu capitão que ao mar e aos inimigos. 

Mas Magalhães era também ardiloso e eficaz a combater a oposição dos capitães espanhóis, que ambicionavam para si próprios a glória e as eventuais riquezas da viagem. Quando em Dezembro aporta ao Rio de Janeiro, o comando de uma das naus já havia sido entregue a outro português, Álvaro de Mesquita, e o nobre espanhol enviado pelo Rei para inspecionar Fernão e as contabilidade da Expedição estava aprisionado no porão. 

Magalhães chega ao Sul da Argentina no Inverno local, e é obrigado a aguardar. Os Capitães Espanhóis amotinam-se. Magalhães consegue com apenas 1 dos 5 navios do seu lado, reverter a situação e conquistar a sua armada de volta.  O corpo do líder do motim, Luís de Mendoza, embora morto durante o combate, é esquartejado publicamente em quatro partes. A investigação e os julgamentos duram duas semanas e resultam na condenação de 40 marinheiros à morte. 

Alegando a conspiração para um segundo motim, Magalhães deixa à sua sorte abandonados na Patagónia mais o último dos capitães espanhóis e o Padre que acompanhava a Armada. Por esta altura, o capitão português, havia eliminado todos os seus adversários espanhóis e assumia o comando pleno da armada. 

É esta inteligência política e  argúcia demonstrada que ainda hoje questiona os historiadores porque Magalhães se deixaria  mais tarde  envolver na quezília tribal que o condenou à morte, deitando a perder os feitos alcançados e as glorias que o aguardavam na Europa. 

a longa travessia do pacífico

Ainda no atlântico a Armada perde um das naus que naufraga numa tempestade. A travessia para o Pacífico durou mais de um mês, 38 dias intermináveis de navegação exigente em mares traiçoeiros e tempestades imprevisíveis. Uma das naus, foge da frota e inicia uma bem sucedida viagem de regresso até Sevilha. Quarto permanecem fieis ao almirante português que consegue finalmente alcançar o Pacífico e depois sobe para norte ao longo do actual Chile. 

A experiência foi tão negativa, que anos mais tarde Pizarro para conquistar o Peru​ prefere desmontar os barcos e atravessar o Panamá com os mesmos às costas, para os voltar a montar já no oceano pacífico, evitando assim a travessia do estreito de Magalhães. 

Quando finalmente chega à região da atual cidade de Santiago, Magalhães tem a armada reduzida a 3 naus, e inicia a nunca feita travessia do Oceano Pacífico para ocidente. Vai ser uma das viagens mais longas da história até então. Magalhães chegou ao pacífico em Novembro de 1520.  Só aportou nas Filipinas a / de Abril  do ano seguinte, 7000 milhas depois. A viagem exasperante foi feita quase em contínuo e com muitas perdas entre os marinheiros para o Escorbuto, uma doença que ceifava a vida dos homens pela falta de acesso a vitamina C, só presente em alimentos frescos. 
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a morte de fernão de magalhães

Fernando chega à Filipinas a 7 de Abril de 2021. A 27 do mesmo mês é morto numa disputa tribal em que se deixa envolver a pedido do Rei de Cebu. Porque Magalhães se deixou envolver e se colocou em risco de vida num assunto tão menor é um facto que intriga todos os historiadores. Mas a verdade é que a sua visão e liderança foram tão marcantes que Magalhães é sinónimo de Aventura para toda a Humanidade que de alguma forma ele uniu com a sua viagem. O seu nome deste português foi atribuído a estrelas e à sonda espacial enviada pela NASA para explorar Vénus, o planeta mais próximo da terra no Sistema Solar.
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​Os sobreviventes nomearam um novo líder, desta vez espanhol, Juan El Cano. Um dos navios é queimado por falta de homens para o tripular. Os homens prosseguem a sua missão alcançando as Molucas a 8 de Novembro de 2021.

o regresso a espanha

Sem poderem regressar pelo mesmo caminho, as naus seguem para ocidente. Apenas uma consegue retornar a Espanha, completando assim "involuntariamente" a primeira circunavegação do nosso planeta. ​Dos 270 iniciais, apenas 24 homens sobreviveram a esta viagem épica que durou cerca de dois anos e um mês.

a nau da vitória

Das duas Naus nas Molucas apenas a Victoria, sob comando de El Cano, alcança Espanha. O nome com que fora batizada não podia ter sido premonitório. A segunda nau, Trinidad,  também tenta o regresso, mas é aprisionada pelos portugueses e acaba destruída por uma tempestade.  Trinidad era a nau de Magalhães. O seu Livro de Bordo nunca foi encontrado. 

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