Reuni um grupo de Profissionais Experientes no Universo dos Portugueses em Viagem e partimos para a fronteira da Ucrânia. São clientes, colaboradores, parceiros e amigos que o nosso Projeto acumulou ao longo dos últimos 7 anos e que procuram soluções multidisciplinares e inteligentes para os problemas que encontrarmos no terreno. Acompanha aqui esta aventura e descobre como podes colaborar. dia 1 - a caminho da polóniaEstou no aeroporto de Reykjavik, já na fila para embarcar quando chegam os policias. Recordo-me de uma vez que vinham para prender uma moça que tentava sair da Islândia ilegalmente. Toda a fila de passageiros se questiona sobre o motivo daquele movimento, até que as portas do avião que me levaria dentro de poucos minutos para Varsóvia, se abre. Por entre os Islandeses, os emigrantes polacos e dois ou três turistas, chegam elas, chega a Guerra. São muitas as mulheres que caminham devagar. Carregam nos braços alguns dos filhos. Outros vão de mãos dadas com os irmãos. Umas ansiosas, quase todas perdidas, todas carregadas de cansaço e incerteza. Sacos e mochilas. Umas vezes é a matriarca que fala ao polícia. Quase sempre é uma das mulheres mais jovens. As crianças equipadas para o frio com gorros quentes e olhos cansados, agarram os casacos das mães e das avós enquanto espreitam à volta e tentam decifrar onde estão. As famílias são agrupadas em pequenos grupos e depois caminham atrás de um dos polícias, fortes e indefesas. Sabem que estão a viver momentos que vão marcar as suas gerações futuras. Não sabem onde vão dormir esta noite gelada. A minha fila de Islandeses e Polacos permanece num silêncio sepulcral. A História, crua e atual, acaba de entrar de rompante pela nossa vida adentro. E abre o coração a qualquer um. Pelo Mediterrâneo são sobretudo homens que chegam, uns refugiados de guerra, outros com a esperança de uma vida justa. Mas este é um êxodo que se escreve no feminino. Mulheres que caminham unidas com as suas crias para longe da guerra. Vê-las a enfrentar o destino suportando sozinhas os filhos, seus e de todas as outras, é profundamente triste, sério, poético, inspirador. Uma imagem marcante que fica. Vão ser difíceis os próximos dias. A seu tempo partilharemos tudo convosco (não vim sozinho). Depois da alegria da Expedição que acabou ontem, como sucedeu na Síria, a guerra regressa à agenda dos Portugueses em Viagem. Vim porque não sou indiferente, porque acredito que nas causas Humanitárias, o profissionalismo e o conhecimento garantem a eficácia. Vim porque posso, e poder torna o contributo obrigatório. Vim porque reuni no Universo dos Portugueses em Viagem um grupo multidisciplinar, experiente e inteligente para compreender o presente e inovar o futuro. Mas também vim porque acredito na importância de sentir a História a acontecer a centímetros de mim, viver o Tempo que nos calhou na primeira pessoa. Permanecer, a todo o custo, real. Quando o mundo é lido por nós diretamente, e não pelos média e afins, a indiferença e a ignorância, em nós e à nossa volta, são destroçadas. Esse é o princípio do verdadeiro conhecimento, da sabedoria. As mulheres ficam. Conheço a generosidade dos Islandeses: estão bem entregues. Eu levanto voo em direção à Polónia onde me vou reunir ao grupo mais profissional e determinado que um homem pode reunir. Vamos a isto. João Oliveira email: [email protected] whatsapp: +351915865266 |
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