A ideia de que os homens usam nada por baixo do kilt é uma das tradições mais intrigantes e icónicas da cultura escocesa. Este conceito, muitas vezes tratado com humor e curiosidade, levanta questões sobre a veracidade histórica e a prática contemporânea desta tradição. No Blog dos Portugueses em Viagem vamos explorar a origem e a realidade por trás desta prática. a origem do kiltOs kilts têm uma longa história na Escócia, datando do século XVI. Originalmente, eram peças práticas de vestuário para os homens das Terras Altas, oferecendo calor e liberdade de movimento. O kilt, feito de lã, era essencial para enfrentar o clima rigoroso e as condições de vida na região. A versão mais antiga do kilt, conhecida como "féileadh mòr" ou "grande kilt", consistia em um grande pedaço de tecido de lã que era enrolado em volta do corpo e preso com um cinto. Esta peça era multifuncional: podia ser usada como uma capa durante o dia e como um cobertor à noite. Esta forma inicial do kilt oferecia praticidade e proteção contra o frio e a umidade das Terras Altas. Com o passar do tempo, o "féileadh mòr" evoluiu para o "féileadh beag" ou "pequeno kilt", que é mais parecido com o kilt moderno que conhecemos hoje. Esta versão menor do kilt era mais prática para uso diário, especialmente em atividades como a caça e o trabalho agrícola. O pequeno kilt foi dividido em duas partes: uma saia plissada que cobria a parte inferior do corpo e um pano que podia ser jogado sobre o ombro. Os kilts são frequentemente feitos de tartan, um tecido de lã com padrões xadrez que representam diferentes clãs escoceses. Cada clã tinha seu próprio padrão de tartan, que era usado como um símbolo de identidade e pertencimento. Esta tradição de usar padrões específicos para cada clã ajudou a fortalecer os laços comunitários e familiares. Proibição e Renascimento do kiltApós a derrota dos Jacobitas na Batalha de Culloden em 1746, o uso do kilt e do tartan foi proibido pelo governo britânico como uma tentativa de reprimir a cultura escocesa. Esta proibição durou cerca de 36 anos, até ser revogada em 1782. Após a revogação, o kilt voltou a ser usado como um símbolo de identidade nacional e cultural, especialmente em eventos formais e celebrações. A Tradição de "Ir ao Natural"A crença de que os homens usam nada por baixo do kilt, conhecida como "going commando", está profundamente enraizada no folclore escocês. Esta prática teria começado com os soldados escoceses, que preferiam a ausência de roupas íntimas por razões de higiene e conforto durante longas marchas. A lenda perpetuou-se ao longo dos anos, tornando-se um símbolo de bravura e tradição. "braveHEart" e a luta pela independência da escóciaA luta pela independência da Escócia envolveu uma série de guerras e batalhas cruciais contra a Inglaterra nos séculos XIII e XIV. Estes conflitos foram fundamentais para a formação da identidade nacional escocesa e garantiram a sua autonomia por um período significativo. A Primeira Guerra de Independência começou após a morte do rei Alexandre III em 1286, que deixou a Escócia sem um herdeiro claro. Eduardo I de Inglaterra exigiu que a Escócia se tornasse seu reino vassalo, o que gerou grande descontentamento e revolta entre os escoceses. A Batalha de Stirling Bridge (1297), liderada por William Wallace e Andrew Moray resultou numa vitória crucial contra os ingleses, demonstrando a resistência escocesa. O filme "Braveheart", lançado em 1995, é uma representação épica das Guerras de Independência da Escócia, dirigido e estrelado por Mel Gibson. Este filme ganhou o Oscar de Melhor Filme e Melhor Diretor, destacando-se pelo seu impacto emocional e cenas de batalha grandiosas. Realidade ModernaHoje em dia, a prática de não usar nada por baixo do kilt varia amplamente. Muitos escoceses ainda aderem a esta tradição, especialmente durante eventos culturais como casamentos, festas tradicionais e desfiles. No entanto, o uso de roupa íntima tornou-se comum, sobretudo para conforto e praticidade. LER MAIS
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