O PORTUGUÊS QUE TENTOU DESVIAR O RIO NILO - PORTUGUESES EM VIAGEM

25/3/2017

Um dos principais lesados pelo estabelecimento do caminho marítimo para a Índia foi o Sultão do Cairo que até então controlava boa parte do comércio de especiarias com a Europa. Com a chegada de Afonso de Albuquerque ao Índico sucederam-se vários episódios de guerra que mudaram a história do Mundo.

Afonso de Albuquerque era um brilhante chefe militar. Ambicioso, culto e inteligente, destemido e progressista, foi o segundo Europeu a fundar uma cidade na Ásia. Antes dele, apenas Alexandre o Grande o tinha conseguido.

Afonso de Albuquerque foi um Grande Líder. Era um estudioso de Alexandre o Grande aplicando muitas das suas estratégias de batalha e colonização. Alexandre o Grande promoveu o casamento entre os homens dos seu exercito e as mulheres persas após conquistar Persópolis. Afonso de Albuquerque segue este exemplo e promoveu o casamento dos seus marinheiros portugueses com as Indianas de Goa. Numa época em que Roma e os Estados Europeus tratavam todos os não brancos e não católicos como seres sub-humanos e sem direitos, este gesto foi de um enorme humanismo e inteligência, muito criticado pela Igreja e pela Inquisição, mas essencial à expansão e permanência da influência portuguesa no mundo nos séculos seguintes.

É este fascínio de Afonso de Albuquerque por Alexandre que explica as suas campanhas no mar vermelho (Alexandre também conquistou o Egipto), a conquista estratégica de Ormuz e as Embaixadas Portuguesas a Esfahan, cidade que visitamos na nossa Expedição ao Irão.

Afonso de Albuquerque não alcançou o seu objetivo de conquistar o Egipto e dominar o Mar Vermelho. Hoje sabe-se que entre os seus planos esteve raptar o corpo do Profeta e desviar o rio Nilo (o segundo maior rio do mundo!) e assim secar o Egipto.