O QUE COMER EM MARROCOS - PORTUGUESES EM VIAGEM

6/7/2023

Em Marrocos, a gastronomia é uma verdadeira explosão de sabores que encanta os sentidos. É uma experiência deliciosa explorar a riqueza dos pratos marroquinos, repletos de especiarias exóticas e combinações únicas. Desde os tagines aromáticos e suculentos, com suas carnes macias e legumes tenros, até os irresistíveis cuscuz marroquinos, que combinam grãos macios com uma variedade de ingredientes frescos e saborosos. Os paladares são transportados para um mundo de intensidade de sabores, onde a doçura do mel e das tâmaras se mistura com o picante da harissa e a acidez dos limões. Além disso, as refeições são compartilhadas em torno de mesas coloridas, criando um ambiente caloroso e acolhedor que convida a desfrutar de cada garfada. Em Marrocos, comer é muito mais do que uma necessidade, é uma celebração da comida, da cultura e da hospitalidade, tornando cada refeição uma experiência verdadeiramente deliciosa e inesquecível.

A culinária marroquina é conhecida por sua rica mistura de sabores, influências árabes, berberes e mediterrâneas. Esses são apenas alguns exemplos de pratos marroquinos que tens que provar na tua póxima Expedição:

Tajine

É um prato tradicional marroquino cozido em uma panela de barro com o mesmo nome, que tem uma forma cónica. Pode ser preparado com carne, frango, peixe ou legumes, combinados com uma variedade de temperos, ervas e legumes. Os ingredientes são lentamente cozidos num pote de barro para criar sabores intensos.

O tajine é um prato emblemático da cozinha marroquina, com uma história que remonta a séculos atrás. O seu nome deriva da panela de barro em que é cozinhado, também chamada de Tajine. Esta panela possui uma forma cónica que permite a circulação do vapor durante o cozimento, resultando em pratos suculentos e cheios de sabor.

Uma curiosidade interessante sobre o Tajine é que tradicionalmente é preparado e servido em ocasiões especiais e festividades religiosas, como o Ramadão. Este prato é considerado um símbolo de generosidade e união familiar, sendo partilhado por várias pessoas em redor da mesa.

Além disso, o Tajine é conhecido por combinar de forma harmoniosa ingredientes como carne, frango ou peixe, com uma variedade de legumes frescos, tais como cenoura, batata, courgete e cebola. Esta combinação de sabores resulta em pratos ricos e aromáticos.

Outra particularidade interessante do Tajine é a utilização abundante de especiarias, tais como açafrão, gengibre, cominhos, canela e paprika, conferindo um sabor característico aos pratos. Estas especiarias não só realçam o sabor dos ingredientes, como também possuem propriedades medicinais tradicionalmente valorizadas.

Além disso, o Tajine é uma forma de culinária que preserva os nutrientes dos alimentos, uma vez que o cozimento é lento e feito em lume brando. Isto resulta em pratos suculentos, em que as carnes ficam tenras e os legumes preservam a sua textura e sabor.

O Tajine é um verdadeiro tesouro culinário que combina tradição, sabor e cuidado na preparação. É um prato que representa a história e a cultura de Marrocos, levando os comensais a uma viagem gastronómica única e inesquecível.

Cuscuz

O cuscuz é um prato básico na culinária marroquina, feito de sêmola de trigo cozida no vapor. É geralmente servido com carne ou legumes em um molho aromático.

O cuscuz, também conhecido como "couscous", é um prato tradicional originário do Norte da África, especificamente da região do Magrebe, que inclui países como Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia. A sua origem remonta a milhares de anos, com vestígios arqueológicos que indicam a presença do cuscuz na região desde o século IX.

Uma curiosidade interessante sobre o cuscuz é que ele é feito a partir de sêmola de trigo, um tipo de farinha granulada que é obtida através da moagem do grão. A sêmola é um ingrediente muito comum na culinária do Norte da África e é utilizada para preparar diferentes pratos, sendo o cuscuz um dos mais populares.

Outro ponto histórico importante é que o cuscuz desempenhou um papel crucial na alimentação dos povos berberes, nomadas que habitavam as áreas desérticas da região. Devido à sua praticabilidade e fácil armazenamento, o cuscuz tornou-se um alimento básico para essas comunidades, pois podia ser transportado durante as longas jornadas no deserto.

Ao longo dos séculos, o cuscuz foi incorporado à cultura culinária de várias civilizações que tiveram influência na região, como os árabes, mouros e franceses. Com o tempo, novos ingredientes e técnicas de preparação foram adicionados, enriquecendo ainda mais o sabor e a diversidade do prato.

O cuscuz é tradicionalmente cozido no couscoussier, um utensílio de cozinha composto por uma panela inferior, onde é preparado um caldo com legumes e carnes, e uma parte superior perfurada, onde a sêmola é vaporizada. Esse método de preparação confere ao cuscuz uma textura leve e solta.

Actualmente, o cuscuz tornou-se popular em todo o mundo e é apreciado por sua versatilidade, pois pode ser servido como prato principal ou acompanhamento, combinado com uma variedade de ingredientes, como vegetais, carne, frutos do mar e especiarias. Sua presença em Portugal é notável, especialmente nas regiões do Algarve e Alentejo, onde influências históricas e culturais se fundiram com a culinária tradicional.

O cuscuz, com sua história rica e sabor marcante, é um exemplo vivo de como a comida pode unir diferentes culturas e ser apreciada por pessoas ao redor do mundo, proporcionando uma experiência gastronómica única e deliciosa.

Harira

Uma sopa tradicional marroquina feita com uma base de tomate, lentilhas, grão de bico, carne (como cordeiro ou frango), macarrão e uma mistura de especiarias. É frequentemente servida durante o Ramadã para quebrar o jejum diário.

A Harira é uma sopa tradicional da culinária marroquina, conhecida por sua rica combinação de sabores e por ser um prato emblemático do Ramadão, o mês sagrado muçulmano. Com origens históricas, acredita-se que a Harira tenha sido introduzida no Marrocos pelos mouros que fugiram da Espanha durante a Reconquista Cristã, no século XV. Desde então, tornou-se uma parte integrante da cultura marroquina, especialmente durante as celebrações religiosas.

A receita da Harira varia de região para região e de família para família, mas geralmente é feita com uma base de carne, como cordeiro ou frango, combinada com tomate, lentilhas, grão-de-bico, cebola, aipo, coentro, salsa e uma mistura de especiarias, como açafrão, gengibre, cominho e canela. A sopa é espessa e consistente, geralmente servida com limão espremido, para adicionar um toque cítrico refrescante.

Um detalhe interessante sobre a Harira é que ela desempenha um papel importante no iftar, a refeição que quebra o jejum diário durante o Ramadão. Tradicionalmente, a sopa é servida ao pôr do sol, juntamente com tâmaras e chebakia (biscoitos de mel e sementes de gergelim), como uma maneira de nutrir o corpo após um dia inteiro de jejum.

Além disso, a Harira também é apreciada em outras ocasiões, como em casamentos, festivais religiosos e encontros familiares. Ela é valorizada por sua capacidade de trazer conforto e energia, sendo uma opção nutritiva e saborosa para satisfazer o apetite.

A Harira representa a riqueza da culinária marroquina e a importância da tradição e da comunidade. Sua história e presença contínua na cultura marroquina tornam essa sopa uma iguaria encantadora e cheia de significado. Experimentar uma tigela de Harira é mergulhar nas tradições e nos sabores vibrantes do Marrocos, levando-nos em uma viagem gustativa única e fascinante.

Pastilla

Uma torta de massa folhada em camadas, geralmente recheada com carne de frango ou pombo, amêndoas moídas, açúcar e especiarias, como canela e açafrão. É polvilhada com açúcar de confeiteiro e canela antes de ser servida.

A Pastilla marroquina é um prato tradicional da culinária marroquina que possui uma história rica e curiosa. É uma espécie de torta folhada feita com massa filo extremamente fina e delicada, que é recheada com uma mistura suculenta de carne de frango, amêndoas, cebola, especiarias como canela, açafrão e cominho, além de açúcar e canela em pó para conferir um contraste doce e salgado. O recheio é cuidadosamente temperado e cozido lentamente, resultando em sabores intensos e uma textura macia e crocante ao mesmo tempo.

Um fato curioso sobre a Pastilla é que ela é tradicionalmente servida em ocasiões especiais, como casamentos e festas importantes. Essa iguaria é considerada uma verdadeira obra-prima culinária e requer habilidade e paciência para ser preparada. O processo de montagem da Pastilla é complexo, pois a massa filo precisa ser disposta em camadas finas e delicadas, sendo pincelada com manteiga derretida entre cada camada. Por fim, a torta é assada até ficar dourada e crocante.

Hoje em dia, a Pastilla é apreciada não apenas em festividades especiais, mas também em restaurantes e mercados populares no Marrocos. É um prato que representa a riqueza e a diversidade da gastronomia marroquina, cativando os paladares com sua combinação única de sabores e texturas. Provar a Pastilla é mergulhar em uma viagem culinária fascinante que nos conecta com as tradições e histórias dessa região encantadora.

Chá de hortelã

O chá de hortelã é uma bebida icônica e popular em Marrocos. É preparado com chá verde, hortelã fresca e açúcar, e é servido em copos pequenos e decorativos.

O chá de hortelã é uma bebida tradicional e emblemática do Marrocos, conhecida localmente como "Atay Nana". Sua origem remonta aos tempos ancestrais do país, quando os berberes, um dos grupos étnicos autóctones de Marrocos, já cultivavam hortelã para diversos fins, incluindo a preparação de infusões.

Uma curiosidade interessante sobre o chá de hortelã é a maneira como é preparado e servido. A tradição marroquina dita que o chá deve ser preparado com bastante cuidado e atenção aos detalhes. Primeiramente, o chá verde é infusionado em água quente, geralmente com adição de açúcar. Em seguida, ramos frescos de hortelã são adicionados à mistura, conferindo um aroma e frescor únicos à bebida.

No Marrocos, o chá de hortelã é muito mais do que uma simples bebida. É um símbolo de hospitalidade e amizade, sendo oferecido aos visitantes como um gesto de boas-vindas. A cerimónia de servir o chá de hortelã é uma tradição valorizada e respeitada, onde o anfitrião verta a bebida de um copo para outro a uma certa altura, criando uma espuma na superfície. Esse ato tem o objectivo de oxigenar o chá e melhorar seu sabor.

Outro aspecto interessante é o papel social do chá de hortelã no Marrocos. Ele é consumido ao longo do dia, em diferentes ocasiões, seja em casa, em cafés ou durante encontros sociais. É comum ver pessoas se reunindo em torno de pequenas mesas baixas, conhecidas como "safra", para compartilhar momentos de convívio enquanto saboreiam o chá de hortelã.

Portanto, o chá não é apenas uma bebida, mas uma tradição enraizada na cultura marroquina. Seus detalhes históricos e curiosidades reflectem a importância desta bebida na sociedade marroquina, tornando-a um verdadeiro símbolo de hospitalidade, amizade e prazer em desfrutar dos pequenos prazeres da vida.