Os campos de Ping’an, conhecidos como os Terraços de Arroz de Longji (ou “Espinha do Dragão”), localizam-se na região de Longsheng, na província de Guangxi, China, e representam uma das paisagens agrícolas mais impressionantes do país. Estes terraços, esculpidos nas encostas das montanhas há séculos, são testemunhos da engenhosidade dos agricultores locais e refletem a importância do arroz na China. Ping’an é uma das aldeias mais icónicas desta região, onde a cultura do arroz e a beleza das paisagens naturais se combinam, atraindo turistas e estudiosos de todo o mundo. Sabe mais no Blog dos Portugueses em Viagem A construção dos terraços de arroz em Longji teve início durante a dinastia Yuan (1271–1368) e foi ampliada ao longo da dinastia Ming (1368–1644), como forma de maximizar a produção agrícola numa região montanhosa e com pouca área plana. Este método permitiu que as comunidades locais cultivassem arroz, a principal base da alimentação chinesa, em terrenos onde a agricultura convencional seria impossível. Os terraços seguem as formas naturais das montanhas e criam um sistema de irrigação que distribui a água de forma eficaz, garantindo a sustentabilidade das colheitas. O arroz não é apenas um alimento básico na China; ele é fundamental para a cultura, a economia e a espiritualidade do país. É cultivado há cerca de 7.000 anos e tornou-se o principal sustento para a maioria da população. A economia agrícola chinesa sempre se baseou na produção de arroz, que emprega milhões de pessoas e alimenta uma parte significativa da população. Até hoje, a China é um dos maiores produtores e consumidores de arroz do mundo, o que torna esta cultura essencial para a segurança alimentar nacional. Nos terraços de Ping’an e em regiões similares, o cultivo do arroz está profundamente enraizado nas tradições culturais das minorias étnicas, como os Zhuang e Yao. Estas comunidades desenvolvem práticas agrícolas que são transmitidas de geração em geração, preservando métodos ancestrais de plantio e colheita. Para estas populações, a época de plantio e de colheita é celebrada com festivais e rituais que refletem a importância espiritual e cultural do arroz, visto como símbolo de vida, prosperidade e resiliência. Além disso, os campos de arroz em terraços, como os de Ping’an, são exemplos de práticas agrícolas sustentáveis. Os sistemas de irrigação naturais e a adaptação do terreno preservam o solo e permitem a produção contínua sem esgotamento dos recursos. Esta forma de cultivo, que integra a agricultura com o meio ambiente, é considerada um exemplo de sustentabilidade e de harmonia entre o homem e a natureza. Hoje, os terraços de Ping’an e a cultura do arroz em Longji atraem turistas, que não só admiram a paisagem, mas também têm a oportunidade de aprender sobre o processo de cultivo e o modo de vida local. Este turismo sustentável proporciona uma nova fonte de rendimento para as comunidades, que preservam a sua cultura e os seus métodos agrícolas ao mesmo tempo que compartilham essa tradição com o mundo. Assim, os campos de Ping’an e o cultivo do arroz simbolizam a resiliência e a engenhosidade da China rural. Estes terraços de arroz em Longji são uma prova da adaptabilidade e da ligação cultural e espiritual do povo chinês com a terra e o arroz, que continua a ser a alma da agricultura e da identidade chinesa. |
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