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UMA CIDADE INTEIRA QUE SE MUDOU DE MARROCOS PARA A AMAZÓNIA

10/1/2024

 
Foi o Marquês de Pombal quem ordenou a transferência de uma cidade inteira da costa atlântica de Marrocos para o coração da Amazónia brasileira. As duas cidades de Mazagão, separadas por milhares de quilómetros de distância entre si, contam uma única história fascinante de perseverança, diversidade e resistência cultural. sabe mais no blog dos Portugueses em Viagem
Fotografia
A antiga Mazagão é um testemunho da bravura e resiliência da comunidade de portugueses que resistiu a dois séculos de guerras, cercos e todo o tipo de privações. A Nova Mazagão no Brasil viu esta mesma comunidade enfrentar desafios monumentais na sua jornada para estabelecer uma nova cidade única e diversificada, mantendo viva a memória dos seus antepassados portugueses, árabes,  africanos e indígenas. 
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Ambas as cidades são afinal apenas uma,  e testemunham o encontro entre culturas. sendo um símbolo vivo da rica tapeçaria cultural que transcende fronteiras, religiões  e séculos. Esta é uma narrativa cativante que ecoa através do tempo, revelando a extraordinária resiliência das comunidades que nelas floresceram.

a construção de MAZAGÃo (1501)

Há um momento da História Portuguesa em Marrocos em que os Portugueses decidem evitar a dispersão dos escassos recursos militares e económicos pelos vários fortes ao longo da costa Marroquina e construir uma grande fortaleza de raiz. O local escolhido foi Mazagão, por ter bom porto e pelo contexto económico da localidade. O nome foi retirado das tribos locais e a fundação oficial aconteceu em 1501. 

Portugal era, já na altura, deficitário em Trigo e o comércio com Marrocos um dos principais fornecedores. Mazagão fica na confluência das planícies mais férteis de Marrocos. A nova fortificação pretendia-se  inexpugnável e foi construída de raiz segundo os princípios mais avançados da arquitectura militar da época. A verdade é que graças à sua construção, Mazagão manteve-se em mãos portuguesas até 1769, ou seja mais de dois séculos seguidos. ​
Mazagão tinha uma vital cisterna gigantesca para armazenamento de água doce, mais de 500 habitações, 10 igrejas e ermidas, um Hospital da Misericórdia, Cadeia, 10 Igrejas, alfândega, armazéns e equipamentos de militares. Os edifícios não se podiam elevar acima da altura da muralha, garantindo que houvesse sempre uma visão global da muralha.

A fortaleza chegou a albergar mais de 3000 cidadãos, dos quais um terço seriam militares a serviço do reino, e os restantes administradores públicos, comerciantes, clérigos, escravos etc.  Militares e Funcionários públicos levavam as suas famílias pelo que a percentagem de mulheres era excecionalmente elevada para este tipo de praça militar. 
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Não era permitida a entrada  a árabes e berberes e os comerciantes estrageiros não podiam dormir dentro de portas mas nos seus barcos acostados. 


a entrega de mazagão aos marroquinos (1769)

Em 1762, durante o reinado do sultão Mohammed III, a cidade de Mazagão, no Marrocos, foi sitiada por forças marroquinas. O exército marroquino é imenso, estimado num total de 120.000 homens, dos quais 37.000 cavaleiros, 13.500 sapadores e 24 peças de artilharia. 

Este cerco  provoca uma mobilização geral no reino, principalmente em Lisboa e no Algarve, com envio de militares e fundos para a resistência. A população civil mobiliza-se com o partida de centenas de voluntários que seguem por iniciativa própria em barcos pagos pela comunidade. 

A verdade é que os ataques dos marroquinos são rechaçados e Mazagão, embora em alerta constante e com avultados custos para a coroa,  permanece portuguesa. 

Em Fevereiro de 1769 é comunicada a decisão de abandono da Praça. Os Mazaganistas revoltam-se, recusando-se a aceitar a ordem de evacuação. Os tumultos duram várias horas, mas no final a população resigna-se.

É então organizado um plano de evacuação. Primeiro saem mulheres e crianças, depois os homens mais jovens e por fim os inválidos. Dos bens a transportar constam as imagens sagradas, as pratas e ornamentos das igrejas, as roupas e as peças de artilharia de bronze. Tudo o resto devia ser destruído.Na sua saída no dia 11 de Março os portugueses não respeitaram os termos do acordo, minando os baluartes do lado de terra, que explodiram à passagem das tropas marroquinas provocando milhares de mortos.

As destruições são tais, que a vila toma o nome de Al-Mahdouma ou a arruinada, e fica encerrada e abandonada durante quase 50 anos.

a mudança para a amazónia no brasil (1770)

Os dois mil habitantes embarcaram em 14 navios e permaneceram em trânsito em Portugal até 15 de setembro. Nessa data, partiram para o Brasil, onde iriam fundar Vila Nova de Mazagão, na região amazónica.

O Marquês de Pombal determinou que os Mazaganistas, como ficaram conhecidos os habitantes de Mazagão, se estabelecessem na região do rio Amazonas, na província do Grão-Pará. Ali, tinham a tarefa de fundar uma nova cidade com o mesmo nome e as mesmas características da antiga. O local escolhido foi na margem esquerda do rio Xingu, próximo à foz do rio Amazonas.​
Mazagão no Brasil foi estabelecida em 1770 com a chegada dos primeiros Mazaganistas. A população inicial da nova cidade brasileira era de aproximadamente 2 mil pessoas, que mantiveram a sua língua, religião e tradições. Receberam terras, isenções fiscais e cargos públicos da Coroa portuguesa, que pretendia colonizar e defender a região amazónica.

A carência de recursos e infraestruturas era total. A nova cidade dependia do apoio da Coroa portuguesa, que nem sempre cumpria as promessas feitas. A região era isolada e de difícil acesso, o que complicava bastante o comércio e a comunicação com outras partes do Brasil e de Portugal. A integração com os outros colonos que viviam na Amazónia não foi fácil. Eram vistos com desconfiança pelos outros colonos, que os consideravam privilegiados e arrogantes. Por outro lado, ao contrário dos colonos europeus, misturavam-se mais facilmente com outros grupos étnicos e culturais, como africanos, mestiços e caboclos, formando uma sociedade diversa e singular. 

Hoje, Nova Mazagão é uma das cidades mais antigas e históricas do estado do Amapá, preservando parte do seu património arquitetónico e cultural, como as ruínas dos antigos colonizadores e da primeira igreja da cidade. É um exemplo de diversidade e resistência cultural, mantendo viva a memória dos seus antepassados portugueses, africanos e indígenas.

Em Marrocos, a cidade de El Jadida alberga o legado da antiga cidade/fortaleza portuguesa, classificada pela UNESCO como Património da Humanidade. São pedras que contam histórias de ambição, luta e perseverança. Vale a pena visitar.


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